sábado, 19 de junho de 2010

Fingerprints on you

A primeira vista, as primeiras tímidas palavras, as primeiras coisas em comum. Os primeiros sorrisos, os primeiros caminhares juntos e eu já uso seu casaco, você já canta do meu jeito. A timidez se transforma em cumplicidade, amizade e vai ficando mais próximo e próximo.
Você sabe como eu me sinto num olhar, não precisamos de palavras. E eu não preciso pedir por um abraço, você simplesmente sabe o momento certo. Dividimos palavras bonitas que não são nossas, dialogamos sobre realidades distantes que não são suas, sonhamos sociedades idealizadas e desejamos um mundo melhor. A essa altura eu já uso as suas palavras, você abusa das minhas expressões, eu já tenho as suas músicas e você conhece as minhas razões.
Então, sem perceber, os abraços não são mais o bastante, todo tempo já não é suficiente. Vai surgindo aquela pequena palavra. Balbuciado, trêmulo e amedrontado amor. E vão surgindo beijos, desejos e a saudade que dá. Dividimos motivos, razões, opiniões, gostos e aquela parte do corpo que eu arranquei de você. Cuide bem do coração que você roubou, porque é ele que faz eu e você sermos nós.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

every me

Sem inspiração, sem vontade, sem tristeza, sem mentira e sem verdade, é assim que tudo isso vai. Queria falar algo profundo, queria colocar em prática tudo que li, tudo que sei, tudo que entendo, tudo que creio, tudo que duvido, mas não sei como lidar com tudo isso. Acontece quando você tem milhares de eu em você.
Quero ser egoísta, quero ser mais eu, quero não olhar para o lado. Não preciso de amor, não preciso de ninguém e então minhas futilidades seriam minha companhia. Quero ser humanitária, quero ser mais os outros, quero estender as mãos para todos os lados. O mundo precisa de caridade e, se eu posso, devo ajudar. Quero ser espiritualizada, quero entender o cosmos, quero ver mais beleza nas coisas simples, quero praticar meu conceito de theos. Eu não preciso e não quero a teologia burra da prosperidade, o conceito de Deus vai muito além do que Ele pode lhe dar, vai muito além de uma doutrina cristã-judaica. Quero ser mais sábia, quero saber mais coisas, quero conhecer todos os sabores e gostos do mundo e das pessoas ao meu redor. Quero ser mais brasileira, ter mais orgulho do que sou, do que tenho, do que é a minha terra muito além das épocas de futebol. Quero ser mais mundial, pensar no que serei, no que terei, perder as fronteiras do subdesenvolvimento, não numa visão político-econômica, mas num âmbito cultural. Quero ser pequena, para poder caber nos seus braços, para poder chamar a tona todos os seus instintos protetores. Quero ser grande para abraçar, manter e defender aqueles futuros pequenos braços. Quero tudo e quero pouco, quero o mundo e quero agora.
Queria muito poder avançar no tempo e poder saber antecipado a massa tosca que vai surgir deste caos.