domingo, 30 de janeiro de 2011

Codinome

Eu provavelmente deveria esconder o quanto tenho pensado em você estes dias. Mas não se ache importante a ponto de estar tanto assim na minha cabeça, é só que quando me distraio o pensamento voa e passa por você. Por seus lábios, seus cabelos, seu rosto e tudo que eu queria ver. Sem nenhuma palavra trocada, nenhuma ilusão criada, apenas um pensamento bonito para alegrar o dia. Para fazer pensar que por aí ainda tem coisa boa. Para dar gana de conhecer mais alguém.
Também não pense que você é o único, porque não é. Tenho sido boa em encontrar beleza e graça por aí, mesmo quando os olhos que estão rastreando não são os meus. Nem acreditei quando me vi sob sua mira. Dois glóbulos azuis me fitando tão intensamente que me fizeram corar. Arrastavam uma tempestade que me atraiu de volta... E agora me faz pensar neste detalhe e nada mais: O que você teria visto na confusão dos meus? Cedo e tarde demais.
No entanto, o que me faz sentir bem lá no fundo é perceber que, na verdade, eu não me importo. Interesse supérfluo e barato, estupidamente sazonal. Sendo num sotaque adorável, num charme, num mistério, vai e vem que eu nem sinto. Sinto tão pouco que nem gravo os nomes, vou colocando codinomes para identificar. Só não sei o codinome para o que eu estou sentindo. E não quero saber, só deixar estar.