sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Simplesmente amor

Amor, doce amor. Procurado amor. Achado bruto em corações humanos, colhido de forma simples, paulatinamente, pacientemente construído e arquitetado ou simplesmente abrupto, feroz, despertado rudemente com a unica intenção de olhar nos olhos de outro e perder-se de você. Então já não se procura o espelho para se achar-se, porque já não se é mais inteiro. Se é parte de um todo. E por mais incomodo que isto pareça teoricamente, o andar nas nuvens que propicia, os sonhos que vende, a emoção que dá faz valer apena. As borboletas subindo pelo estômago e fazendo todo o corpo voar...
Então é quente, é urgente, é arrebatador. Arde no peito e é impossível esperar mais um pouco para encontrar o único remédio para tal inquietação. E vão torpedos, ligações, mensagens instantâneas... E hajam filmes, lugares, comidas, escolas e motivos para se encontrar. Cresce tanto que parece que não cabe no peito, ressurge feroz como um vulcão adormecido a simples troca de olhar, escorrendo lava sobre todo seu corpo ao sentir o toque, o gosto, o cheiro. Ao senti-lo ali, vai tomando forma, vai ficando sólido, vai amadurecendo, empalidecendo, mas permanece.
Permanece imaculado, mas já não é o mesmo. Está frio, ordinário, e ainda assim é belo. Porém chega o dia, que um descuido esbarra, que a gravidade age, que num momento de raiva desistimos dele e o jogamos ao chão ou que num momento de distração o deixamos escapar de nossos dedos e nada podemos fazer além de encarar estupefatos enquanto ele caí ao chão, partindo-se em milhares de pedaços.
Pedaços, memórias, beijos, abraços. Pedaços que já não se fazem mais inteiros. É quebrado, partido, arruinado, falido, ainda é belo aos fragmentos. São milhares de pedaços pelo chão e duas pessoas que seguem cada uma para seu lado, construindo e destruindo muitos amores mais. As vezes se odiando, as vezes conciliando, as vezes simplesmente aceitando que não deu, mas cada uma partindo novamente para o amor. Porque este não é ponto de chegada, não é o final; é estilo de vida, é contínuo, mesmo nos que nunca acabam... Amar é viver e viver é amar, o par perfeito em junção perpétua. E como disse Renato, o resto é imperfeito.

sábado, 6 de novembro de 2010

Meu amigo imaginário

Um dia eu estive triste porque os problemas que me cercavam era mais do que eu conseguia aguentar, olhar ao redor não ajudava pois meu mundo estava todo de pernas para o ar. Então você chegou e nunca mais saiu daqui, proporcionando-me os mais lindos sentimentos e as mais frias decepções. Talvez eu tenha errado na dosagem de amor, mas não foi proposital. E por mais que as vezes eu queira me livrar disto, amar você é me sentir em casa. Tirar os sapatos, me jogar na poltrona e fechar os olhos sabendo que o terreno fictício que estou pisando é seguro, aconchegante e conhecido.
Meu erro foi ter me apaixonado por você, mesmo quando você só existe na minha cabeça. Um erro que eu gosto tanto de me perder... Uma vez minha amiga disse que antes de me conhecer de verdade, me olhava e pensava "que maluca" pelo jeito que me sinto sobre você. É exatamente assim que eu me sinto: completamente irracional.
Talvez o pior de tudo isto seja não me lembrar como era antes ou não conseguir projetar um depois, saber que você existe só que não está aqui e nem nunca vai estar. Ainda assim, eu não consigo parar de me sentir do jeito que me sinto toda vez que te ouço/vejo/leio. Um pedacinho de você se perdeu em mim e vem me fazendo em partes.
Meu amigo imaginário, é sempre tão ambíguo te ter aqui.