Paixão. Paixão pelas coisas simples, inúteis; mas bonitas de se ver, de se ouvir. Paixão por coisas claras, ensolaradas, calorosas. Coisas que envolvem, movimentam, apertam, soltam. Paixão pelas coisas que fazem alguma coisa aqui dentro e nenhum sentido aqui fora. Paixão que não dá para descrever, nem explicar. Paixão que não é amor, que não é desejo, que não é carnal, que não é eros, que não é por homem, mulher ou coisa. Paixão que é vontade, saudade, curiosidade apenas. Paixão que é liberdade. Liberdade de sentir algo que não se sabe o que é, mas se agarrar a esta sensação enquanto se pode. Porque sem querer saber, se entende tudo naquele momento. Naquela pontinha de eternidade que se tem ali, no frio causado pela liberdade, pelo medo e por coragem. Sair invencível. Indecifrável, tanto quanto o sentimento que cresceu aqui.
Beleza na guerra, na terra, na juventude e no fugir dali. Viver outras vidas enquanto se dança esta música, sentindo outras almas passarem por si. Nesta alegria fomentada por medo, mas que cria paixão em mim. Entender que isto é recomeçar, tentar. Ver as dúvidas sumirem um pouco. E que ainda que não faça sentido para ninguém, faz sentido para mim. O risco de viver um sonho, ao invés de vê-lo morrer aqui. Levantar e ir.
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