sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Cacofonia

Um dia poesia, agora um tanto de barulho. Poderia mover alma, mudar o mundo. Não tomaram a coragem, tomaram a alma, a inspiração, um tanto da voz. Sim, nós poderíamos ser bobos um pouquinho e egoístas mais um tanto, lamentar nossas tristezas e gritar nossos fantasmas. Deixar de olhar para os outros, se fazer de míope, de cego... O problema é não falar mais de nada. Muito mais capa, muito mais ou menos cor e o conteúdo inexistente.
Não critico um pouquinho de bobagem. Eu gosto de um pouquinho de bobagem. O problema é quando a bobagem vira merda e é dela que a gente se alimenta, se lambuza e lambe os beiços. É tanta gente se arranhando para conseguir um pouquinho de fama falando sobre perder quem nunca se teve, juntando palavrinhas que não criam nem uma frase de efeito. E a poesia é restrita a um pequeno grupo que só por detê-la se faz de melhor. E vai ficando menor no processo.
Os gênios, será que já não nascem? Ou só desaparecem. Ou só são suprimidos por um monte de merda. Para que qualidade quando qualquer coisa basta? Alguém silencie esta bobagem. Triste é que é o reflexo... Muito triste é o reflexo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Não sei

O que dizer? O que sentir? Finalmente está indo embora, mas dói tanto ver partir. Eu não consigo; Simplesmente não consigo abrir mão. É segurança, é doença, é quase certeza, sonho.
Eu estou crescendo e já não me cabe tanto fingir, ainda assim não consigo simplesmente esquecer. Deixar as coisas tomarem seu curso natural dói, amedronta demais. Isto me deixa tão confusa, tão ambígua. O que fazer afinal? Minhas paredes, minhas páginas, minha mente está tão cheia de conversas e vidas irreais que as vezes eu chego a acreditar que um dia você realmente esteve aqui. Ou mesmo, que um dia você estará.
Estou precisando de verdade, eu sei, mas ela não existe. E tem sempre aquele "por que não?" no fundo que eu nunca consegui calar. Então eu fico pensando e vendo tudo escapar aos poucos. Só que eu não consigo deixar ir. É como se a maior parte de mim fosse também. Como se o vento da memória que o leva, levasse também parte de meu coração, da minha alma, e este sim seria um dano irreparável. Mais irreparável do que esta obsessão que ainda existe em mim.
Há tão pouco para dizer agora... Eu só preciso carregar mais alguns sonhos nos olhos.