Os últimos dias estão cercados de adeus e eu me vejo chorando por conhecidos estranhos. Porque é injusto que as coisas sejam assim. Crianças não deveriam conhecer a dor. Jovens não merecem morrer. Gente que a gente ama deveria ficar para sempre aqui. A morte é a prova concreta de que a vida não é justa e nem nasceu pra ser.
E não é estranho que eu só reconheça a sua existência quando você não existe mais? Mesmo quando a gente se conheceu, eu não pensei em você até agora. E é horrível como dói. Pensar em quem esta dor se repete todos os dias, milhares e milhares de vezes. Pensar que um dia eu vou causar e sentir esta dor também.
No silêncio, ecoa a lição: a gente não é para sempre. E, como diria minha vó, para morrer basta estar vivo. Daqui a pouco, as lágrimas secam e, mesmo que não, a vida vai continuar a seguir. Planejar, estudar, cegar, pra quê? Nos lotamos de coisas pra matar o tempo, vamos esquecendo de viver. Ou nos penitenciamos pra um dia fechar os olhos e ver. Eu continuo perguntando: pra quê?
Estes dias deixaram muito claros a sazonalidade e frivolidade de tudo.
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