segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O céu ilumina o nascer de outro chance. A procissão de otimismo, o ar elétrico de esperança e os pulmões cheios de vontade. É um outro dia, a fantasia de dias melhores. Que me trará esta maré?
Eu sei o que já me trouxe e me deixou aqui, sorrindo de novo ao saudar outro ano que vem. E a meia noite, meus desejos se calam e toda minha alma explode e arranha o céu esperando criar o risco bonito dos foguetes e conseguir agradecer a Deus. Eu tenho tudo o que eu preciso e talvez mais do que mereço. Obrigada. Todos os dias, até os enfadonhos, foram repletos de desejos que são realidade. Obrigada. Por todos os lugares que eu fui e todos que eu ainda vou. Obrigada. Por cada vez que eu olhei pro lado e tive alguém para me dar a mão. Meus amigos, os melhores do mundo. Obrigada. Por aqueles, que mesmo tristes de ver o passarinho deixando o ninho, ainda aprumam minhas asas para eu voar. Obrigada. Obrigada. Obrigada.
Ao que veio, ao que está e ao que vier. Obrigada.
Estou viva para ver outro dia e agradeço. 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O amargo da mentira me brinda os lábios. Irrompe por minha garganta e queima em minhas entranhas. Um rio intermitente que engole suas margens refrescando as feridas secas de minhas várzeas. Há dia de flores, há dias de dores.
A gênese que não é ardor, senão frio. E todo ruído ressoa e retumba o refluxo da endrômina em mim. As gotas que molham, secam e irrigam mais uma vez velhos caminhos. O que será do fruto do terreno acidulado? 
O ciclo ininterrupto de vida, não perfeição. Cabe enxergar o sol além da seca, ainda que o barro ferva. Há dia de flores, há dia de dores; e mais importante, há amanhã. 

domingo, 15 de dezembro de 2013

Too far, so close

Julgava ter te esquecido melhor e ter te escondido melhor dentro de mim. Julgava ter te negado espaço e ter perdido os seus compassos para o tempo ao invés da memória.
Então os dias passam para me mostrar que eu estava errada. Você ainda está aqui em minhas entranhas, disseminando química em minhas veias, martelando no meu cérebro. E os outros desbotam frente a sua mentira.Todo resto é pálido frente a essa loucura e abstração que é minha e é você.
Estou feliz de não ter ido embora, estou triste de não morrer. Há toda essa distância, há toda essa diferença. A esperança é a última que morre e a sua vontade de viver me padece.