domingo, 22 de junho de 2014

As rachaduras não se vão, eu as sinto pulsando atrás do gesso. Uma batida oca e assustadora na porta que não é obstáculo a transpor, batem por educação e me assombram a vontade. Já não sei se foram algum dia conjuradas, tenho certeza que vou as ver quando abrir os olhos. A poeira que se varre para debaixo do tapete ainda está ali. Ainda está ali. Não dá para colocar numa capsula, engolir e dizer que foi embora. Algum dia vai embora? Para sempre encarando a represa, seu concreto molhado e frio. No topo da muralha, olhando o falecido inimigo levantar-se ainda mais difícil de matar. Seu hálito gélido é sutil parte de minha respiração. Sem o suspiro, estou mais forte ou menos eu?   

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Me afogando em lama. Pisando e afundando as botas, abaixando e mordendo a terra, engolindo sua textura mole sem deixar sobrar. Consumindo merda. Pilhas de palavras que não acabam de dizer nada e a mesma coisa. Eu sinto meu cérebro contrair-se e deixo estar. Morrendo para entreter, tão entediada quanto alguém pode estar.
Inteligente para estar, rude para mudar. Nunca equilíbrio ou antes prepotência? Nervos de chaleira quente prontos para chiar. Qualquer pingo d'água é a última gota. De certa forma, aquela pessoa que sempre amei odiar. Medíocre. Quando o grande desafia, ponha-se abaixo do seu lugar.
Enjoo, medo de altura e de se confinar. Medos e cansaços que deixam a visão turva e enxergam errado o reflexo do espelho que não se põe em seu lugar.
Sinto tudo retrocesso. Não basta só reconhecer o erro, tem que se parar de errar.