domingo, 22 de junho de 2014

As rachaduras não se vão, eu as sinto pulsando atrás do gesso. Uma batida oca e assustadora na porta que não é obstáculo a transpor, batem por educação e me assombram a vontade. Já não sei se foram algum dia conjuradas, tenho certeza que vou as ver quando abrir os olhos. A poeira que se varre para debaixo do tapete ainda está ali. Ainda está ali. Não dá para colocar numa capsula, engolir e dizer que foi embora. Algum dia vai embora? Para sempre encarando a represa, seu concreto molhado e frio. No topo da muralha, olhando o falecido inimigo levantar-se ainda mais difícil de matar. Seu hálito gélido é sutil parte de minha respiração. Sem o suspiro, estou mais forte ou menos eu?   

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