sábado, 14 de maio de 2011

Rojo

As pessoas observam seu rosto seu expressão, os olhos ainda abertos e desfocados que encaram o nada, o sangue agora frio que fugiu das veias, o corpo agora vazio. Não imaginam o que havia acontecido ali. Não veem aquele homem como um pai, um filho, um amor, um irmão. Enxergam apenas a remota lembrança do que se tornou, porque o calor daquele corpo há muito fora embora carregando sua alma.
No fim, não fora uma luta entre dois homens, foram murros de ideias. Simplesmente porque não conseguimos aceitar o pensar dos outros, fomos feitos para a ditadura de nós mesmos. "Não levante a sua voz" gritamos. E no final, como julgar quem é certo? Porque esta certeza vem acompanhada de preceitos. E quais deles são neutros? Seguimos numa constante luta entre você e os outros. As vezes até você e você mesmo. Tanta coisa aqui dentro que eu não consigo colocar para fora.
No fim, foram dois homens inflamados um contra o outro. Uma guerra física em defesa do abstrato que mantinham em mente. Medo, dor, paixão, semelhantes, antagônicos e espelhados. E Vale a pena? Estou certo? O que é certo? Um amanheceu morto. Sem perspectivas, sonhos ou mesmo a ideia que o matou. Fará diferença? O que é verdade? Não há verdade. Não é pedida a aceitação, mas o entendimento; O mínimo respeito.

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