sábado, 7 de janeiro de 2012

Já era hora de você saber o que fez a mim

Respira fundo. Olha para suas mãos, não em seus olhos. Decide falar, não consegue mais manter. Sempre quis saber o que fui para você. Há algum tempo, pensei ser amizade. Se tivesse que definir hoje, eu diria plano b. Não tinha nada de melhor ao redor, então fui eu mesmo, não é? Tudo bem falar a verdade. Bom, para mim foi diferente. Você foi uma espécie de herói, modelo. Nunca notei o quão estúpido isto era.
Pelo começo, eu diria que não foi bom. Mas foi. Foi porque eu nunca percebi, ou preferi me esconder, o mal que você me fazia. Sinceridade é boa quando acompanhada de bom senso. Agora tudo o que acho é que você sempre viu algum prazer em me ver para baixo. Me faz questionar se é o mesmo que fazem com você. Enquanto eu, só cuidados. Não quero me fazer de vítima, pergunte a qualquer um e eles vão dizer. Todos viram, menos eu.
E quando tudo foi novo, nada de diferente. Eu não tive nem a audácia de ser egoísta. Tudo vinha carregado de medo. Pra quê? Finalmente distantes e você não se importa. Nunca se importou. Me rotulou como um personagem sem graça e eu aceitei quieta.
Hoje eu vi aquele personagem diferente, apesar de me sentir igual. Talvez eu tenha percebido que não é a sua opinião que basta, não é a sua opinião que conta. A de ninguém, na verdade. Posso ser tudo que você me acusou, mas não apenas. Tinha lágrimas. Levantou os olhos e não disse nada. Talvez eu só esteja precisando de alguém para culpar.

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