Quando eu era criança, lembro de querer muito parecer madura. Gostava de sentar com os adultos, conversar sobre coisas importantes, ouvi-los dizer o quão mais velha eu parecia. Parei de brincar muito cedo e com oito anos decidi que era muito velha para McLanche Feliz.
Lembro de repetir para mim mesma "é isto que eles querem ouvir" ou "é isto que você deve fazer". Gostava de olhar a vida como um seriado, gostava de pensar que eu era parte importante dele. Nunca entendi por quê. Nasci com o defeito de ser assim.
Sinto falta do que eu pulei, porque eu queria ser criança agora. Queria poder ser irresponsável, chorar minhas pitangas sem ninguém me criticar. Queria não ter o peso da quase perfeição nas costas. E, mesmo com as circunstâncias, a culpada disto tudo não é ninguém que não eu.
Não sei o que se percebe por fora, mas dentro eu não passo de uma manga verde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário