sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Underwater

Não sei quando, mas em algum momento da minha vida, por razões que eu ainda desconheço, perdi certo contato com a realidade. Como se um dos fios que me conecta tivesse sido cortado e me permitido flutuar. Como se eu tivesse mergulhado e nunca mais emergido. Permaneço suspensa, em apneia.
Incompreensível até para eu mesma. Uma culpa amarga vai perguntando por quê. Por que abrir os olhos e duvidar de tudo? Por que viver tanto só para dentro de você? Tão dentro que nem você é você mesma. Tão dentro que um dia até você vai se perder. E o medo frio. Medo que me aplaca, anestesia todas as vezes que eu enxergo mas não vejo. Não vejo laços, não vejo pessoas, apenas estranhos. Até mesmo aquela do outro lado do espelho.
Cinco, dois, três segundos até eu me convencer e então tudo segue seu curso outra vez. Só que aquele tempo é o bastante para me fazer perguntar questionar outras horas o que há de errado. Porque, lá no fundo, quando eu volto o gosto é plástico. Plástico sabor mentira.
E, de todos os mundos que existem em minha cabeça, o que eu menos acredito é exatamente o que eu vivo. E a fé que esquenta meu coração é a unica insanidade absoluta. Existirá um meio termo? Ou eu posso parar de lutar contra minha gravidade e finalmente me entregar a minhas divagações? O silêncio é quase o mesmo de nossas conversas.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Sobre chamas e velas

O que seria? A unica certeza, a pungente dúvida? Aquilo que acontece fora da minha janela, que eu vejo pela televisão. Na maior parte do tempo, deixo ser. Esquecendo que o coração fica mais cansado a cada segundo e que cada segundo é um adeus. Até ficarmos sóbrios do finito e bebermos para fingir que fazemos, para fingir que vemos, vivemos.
Eu só queria te entender ao invés de perder. Sentir que estou avançando em alguma coisa ou direção. Não pensar que tudo é erro. Só que alguém transviou meu manual e eu me perdi. Me perguntei como deve ter sido para alguém se esvair conscientizado, agora só consigo pensar em mim. O tempo de uma vida é nada e ainda assim é tanta coisa. E isto me confunde, dois pesos e duas medidas. Ainda espreita o fantasma do definitivo final.
Não quero que minha estrada chegue ao fim e sinto que serei atropelada no meio dela. Será que só assim se encontra tempo para olhar para o céu?

sábado, 10 de dezembro de 2011

Maré

Estou pulando de meu pequeno barco. Primeiro por diversão, mas a maré está alta, quase fora de meu alcance, e me leva para longe. Oscilo entre as ondas, o mar e o ar. O sal rasgando minha garganta.
Onde estão as mãos para me trazerem de volta? Não existem. Melhor ficar mesmo no mar. O coração navegador obedece a ode, aponta para fé e rema. Mas é muito mar, tanto mar e maresia. Tão fácil desistir. Só que para onde voltar? Só tem mar.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Ultrarromântico

Meu amor por você é lâmina. Minha paixão é dor pungente que me atinge. Minha única recompensa é o sangue que escorre e a vida que se esvai aos poucos. Um pouco, um pouco. Não é que não haja futuro, ele só não parece valer a pena.
E, se esta dor é tão real, por que você não? Me diz, por favor, me diga. Cale ao menos as perguntas que há em mim.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O seu silêncio

O seu silêncio descoberto por um sorriso fraco apagado por lágrimas cálidas. O seu silêncio que paira entre nós como fantasma somente percebido por nossas almas que se ferem ao seu som. O seu silêncio que reverbera nas paredes e afugenta nossos corações. O seu silêncio tímido, particular, onipresente que tomou um novo tom. O seu silêncio que me pede atenção e que eu devolvo todo carinho que tenho. O seu silêncio que arrasta um fardo pesado demais para um. O seu silêncio que pede entendimento antes de explicar. O seu silêncio sensível demais para qualquer ouvido. E com o seu silêncio, eu também me calo.

Metáfora ou comparação

Eu queimo. Queimo como se que fosse a mim que você chamasse, como se fosse os meus olhos que visse, como se fosse meus lábios que amasse. Aqueço, enrubeço, lembro, esqueço. Como se o seu último suspiro fosse meu, como se fosse minha a mão que você espera te salvar. O coração inflama, a alma esquenta e a mente pede um pouquinho mais. Como se nas suas palavras fosse eu, eu como se fosse ela.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Retórica

Ontem, você, estranho, perguntou se o que nós aprendemos na escola foi sofrer de amor. Falou como quem não acreditasse que fosse fazer alguma diferença, sem nem querer resposta. Falou só por dizer, registrar sua pequena queixa pro mundo. Não foi para mim. Ao menos, eu imagino que não. Ainda assim, gastei muito tempo pensando na resposta para esta simples pergunta retórica.
Em matéria de amor, sofri muito pouco. Não me poupou queixas ou reclamações, pelo contrário, acho que me fez reclamar muito mais que muita gente. É que eu sempre tive esta tendência melodramática e pessimista que eu nunca consegui - às vezes, até não quis - frear. Ficava pensando porque nunca aparecia alguém para eu ficar pelos cantos e ia lá pros cantos sozinha. Montei um mundo perfeito na minha cabeça e segui com ele quase sem problemas de percurso. Fiquei um tanto anestesiada para a realidade. Não sei se meu problema começou aí ou se foi aí que piorou.
Deixei de sentir, estranho. Tudo que não fosse estratosférico, não era de verdade e este é um problema. Nada mais valia a pena, tudo era muito pálido, muito sem graça. A vida era uma constante fuga para dentro de minha cabeça, para os braços de uma coisa que eu nunca tive, mas sempre senti aqui. Foi quando eu comecei a me identificar com isto tudo, com este romantismo e depressão exacerbados que alguns parecem estar envoltos hoje em dia. Tão incomodados com a vida que ainda nem começaram a viver. Eu queria morrer, estranho, e tinha menos de quinze anos.
É esta coisa anti natural de hoje em dia que me irrita, me assusta e que eu registrei nas suas palavras que me apontaram culpa e similaridade. Não, não aprendemos a sofrer de amor na escola. Aprendemos com a tv, com os livros, com o mundo, conosco. Aprendemos a esperar por um mundo encantado que não existe e quando não o encontramos ficamos assim: perdidos, extraviados. A mercê de interesses sem vigor que só nos vão desapontar e desvirtuar ainda mais. Até termos alergia a sentimentos ou sermos totalmente dependentes deles.
Quando eu disse que me machuco, estranho, não foi porque queria reclamar de amor. Foi porque eu queria ter certeza de que sentia alguma coisa. Porque neste mundo artificial está cada vez mais difícil de ter certeza sobre qualquer coisa... Até mesmo sobre nós mesmos; Muito mais sobre nós mesmos.

domingo, 16 de outubro de 2011

A luta

Ondas. Ondas frias de medo me atravessam agora. Eu me sinto preparada, sim. Talvez mais preparada do que na verdade estou. Ainda assim, bate o medo de não ser o suficiente. De agora falhar. De deixar todo mundo ver que eu não sou aquilo que eles pensam, desnudar minha cruel incompetência.
Eu não me sinto o bastante. Nunca me senti, mas agora é diferente. A única coisa que eu gostaria que ficasse, a minha única certeza sobre mim... Eu já não estou tão certa sobre isto. Não quero falhar, não quero passar por tudo isto de novo, mas lá no fundo algo grita que é exatamente o que vai acontecer.
Não posso me permitir falhar porque não aguento nada disto mais. A vida está legal agora, mas eu preciso seguir em frente. Não posso me permitir ser engolida novamente. E é exatamente o que vai acontecer se eu ficar. Eu sinto em meus ossos que é.
Eu preciso provar que eu sou melhor. Como se nem eu acredito nisto? Minha garganta se fecha, minhas mãos suam, meus olhos secam. O medo surdo. O medo mudo. O medo. É como se eu encarasse cada um deles nos olhos agora. E tudo que eu sinto é o medo dentro de mim.
Eu vou passar? Eu vou sobreviver? Eu vou ser os três porcento? Eu não sei. Eu não sei. Eu não sei. Eu não sei. Eu não sei. Eu não sei. Eu não sei. Eu não sei. Perguntas, perguntas, eu preciso de respostas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Atrasado

Parece que é sempre para ela. Ela que fechou a porta e já se foi. Como se ficasse ensaiando no espelho, na cabeça, com o ar tudo que queria falar e não disse. Mas ela não volta para você poder dizer. Não volta, nem vai voltar. Cresce a frustração de um poderia, as lembranças de chances perdidas machucando e correndo em sangue fresco.
Mas se ela chegasse seria diferente? Se ela sorrisse de novo, se a gente tentasse outra vez. Só que não há esperança. Nestes tempos, não tem como mais ter. Observar dores, observador, com um blasé bobo para sua própria vida.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Cacofonia

Um dia poesia, agora um tanto de barulho. Poderia mover alma, mudar o mundo. Não tomaram a coragem, tomaram a alma, a inspiração, um tanto da voz. Sim, nós poderíamos ser bobos um pouquinho e egoístas mais um tanto, lamentar nossas tristezas e gritar nossos fantasmas. Deixar de olhar para os outros, se fazer de míope, de cego... O problema é não falar mais de nada. Muito mais capa, muito mais ou menos cor e o conteúdo inexistente.
Não critico um pouquinho de bobagem. Eu gosto de um pouquinho de bobagem. O problema é quando a bobagem vira merda e é dela que a gente se alimenta, se lambuza e lambe os beiços. É tanta gente se arranhando para conseguir um pouquinho de fama falando sobre perder quem nunca se teve, juntando palavrinhas que não criam nem uma frase de efeito. E a poesia é restrita a um pequeno grupo que só por detê-la se faz de melhor. E vai ficando menor no processo.
Os gênios, será que já não nascem? Ou só desaparecem. Ou só são suprimidos por um monte de merda. Para que qualidade quando qualquer coisa basta? Alguém silencie esta bobagem. Triste é que é o reflexo... Muito triste é o reflexo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Não sei

O que dizer? O que sentir? Finalmente está indo embora, mas dói tanto ver partir. Eu não consigo; Simplesmente não consigo abrir mão. É segurança, é doença, é quase certeza, sonho.
Eu estou crescendo e já não me cabe tanto fingir, ainda assim não consigo simplesmente esquecer. Deixar as coisas tomarem seu curso natural dói, amedronta demais. Isto me deixa tão confusa, tão ambígua. O que fazer afinal? Minhas paredes, minhas páginas, minha mente está tão cheia de conversas e vidas irreais que as vezes eu chego a acreditar que um dia você realmente esteve aqui. Ou mesmo, que um dia você estará.
Estou precisando de verdade, eu sei, mas ela não existe. E tem sempre aquele "por que não?" no fundo que eu nunca consegui calar. Então eu fico pensando e vendo tudo escapar aos poucos. Só que eu não consigo deixar ir. É como se a maior parte de mim fosse também. Como se o vento da memória que o leva, levasse também parte de meu coração, da minha alma, e este sim seria um dano irreparável. Mais irreparável do que esta obsessão que ainda existe em mim.
Há tão pouco para dizer agora... Eu só preciso carregar mais alguns sonhos nos olhos.

sábado, 27 de agosto de 2011

Me apague

To cansada. Principalmente cansada de mim. Também estou cansada de dizer, porque não vai solucionar. Você pode falar, falar, falar, mas não vai mudar nada porque eu não vejo nada acontecer, não vejo demonstração. Este é o problema na minha vida: nada age.
Alguns acham que estar assim é bonito, até eu fui assim um dia, só que não agora. Não me sinto pertencendo a nada, a ninguém. E o pior não é sentir, é ser verdade. Você vai tentar me convencer que não, mas é.
Cada batida pode ser a última e este é o meu medo. Porque eu desperdicei tudo até aqui e não mudo; não consigo mudar. Eu só queria... O que? Tanta coisa simples que eu não pude ter.
Não sei mais como expor, explicar. Ninguém consegue entender mesmo. Talvez ninguém queira também.
Não tinha ninguém para segurar a minha mão. Entenda, não quero amor, quero tudo. Porque é o tudo que me falta. É sempre nada e medo. Ainda tive que calar meus gritos.
Falar, chorar, perguntar e mesmo tentar, nada resolve. O pior é que eu não consigo nem mais acreditar.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Go in circles

As coisas estão bem confusas aqui dentro, muito mais do que o normal. Parece que quando eu avanço um pouco, ando para trás também. É isto ou aparecem muito mais degraus para caminhar. A conclusão é: nunca me senti tão fraca. Talvez eu soubesse disto desde o início e só estivesse escondendo. E, pelo visto, não escondendo tão bem assim já que pra quem olha bem é exatamente isto que parece.
Mas por quê? Esta é a pergunta que não sai da minha cabeça. Minha vida para muita gente seria tão moleza. Por que eu me sinto assim? Não faz sentido e isto me irrita. Como me irrita esta total falta de nexo e noção. O mundo é assim a maior parte do tempo. O que eu vejo, pelo menos.
As vezes é como se eu estivesse me afogando em minhas dúvidas e desordens. Não faz sentido. É tudo tão desproporcional... Abstrato e irreal. Eu preciso sair da minha cabeça, entrar no meu corpo. Aceitar, talvez. Negar muito mais, com certeza. Parece que eu estou girando, girando, girando; só que nunca em órbita. Um movimento estranho, enjoativo.
Não me sinto digna de sofrer por meu mundo quando há mundos tão mais tristes para chorar. E as vezes, eu só queria que alguém olhasse assim para mim também. Não que eu olhe para os outros esperando ser olhada de volta, mas seria legal reparar que alguém se importa. Instantaneamente vem aquele sentimento de incompreensão e solidão que ninguém nunca conseguiu preencher. Por favor, sem seres celestiais aqui. ... Então eu me sinto fraca de novo. Fraca, sozinha, incompreendida, tem como ser uma adolescente mais clichê? Ah não, não tem revolta. Na verdade, sou pura projeção. É, isto também me irrita.
Ai a vida vira uma coisa legal que só um grupo seleto foi chamado para participar. Um festa que meus amigos vão e eu não. Sinto, ouço, opino os sentimentos e impressões deles, mas não as minhas. Faz falta. Memória de nada, só mesmo as mesmas caras, mesmas rotinas empurradas/estabelecidas/impostas. Cansaço.
E o que eu quero? Eu já nem sei.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Hey J...

Uma melodia simples, doce, carinhosa, como se fosse deitar a cabeça em seu colo e ouvir seus conselhos murmurados em meio a carinhos. Eu ouvi tarde demais... E ainda que fosse cedo, eu não saberia obedecer. Agora os meus ombros doem. Poxa, como doem. Porque já vinha carregando muito peso antes da hora deles realmente terem de doer. Não tem como voltar, apagar o rastro, mudar a história; mas e se eu encarar amanhã como um novo dia?

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ugly truth

Don't fucking blame this on life, when it's you who is begging to be sad. What about stop crying and doing something about it? The thing is: you want attention and you're so safe in your fears and sadness shell that you don't even fight anymore. None of these are you, it's just things you think you can fit. But there'll come a time when you're nothing and nobody cares. And then what?
Expel you ghosts, child. Stop looking for some cheap fucking philosophy about love and starting living/feeling it more. You're not suppose to go throught any of it. Don't wait 'till it's too late.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Memory lane

Memórias. Saudade do que foi um dia, do que gerou um dia. A expectativa, a pouca atenção geraram uma coisa tão bonita, tão única. Vi se desfazer uma vez e agora vejo outra. E a este ponto eu deveria não ligar, mas eu ligo. Eu ligo e sinto tanto.
Sinto falta do sanduíche voador, da surpresa e amizade instantânea. Era certeza de valer a pena. As ligações, os planos, uma pequena grande gangue. Muito amor por quatro conhecidos estranhos. Continua, mas não é o mesmo... Ah, quatro anos atrás. A experiência de te ter pela primeira vez.
Nada é igual agora. Tudo virou apenas um sonho pálido e, por mais que não queira discriminar, para mim as de verdade são as daquele tempo. Tempo que não volta mais e que eu fico aqui desejando que pudesse. Esperando que alguém chegue e diga "aonde fica o mcdonalds?".

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Labels

It just feels so weird. Not being able to talk about yourself, to find the words which would define you. That's why anger is taking over so easily. I know I'm the path to find out but right now I just feel so frustrated! It gives me headaches, nightmares, hell. I can't help going to mirror and asking "who you are?". Is madness a way to sense?

terça-feira, 26 de julho de 2011

Tamanho padrão

Pare!
Pare já de colocar as coisas em forma, de dizer que tudo é deste jeito quando você não sabe nada. Nem todo mundo reage do mesmo jeito as mesmas coisas, então não venha me dizer como eu deveria me sentir, como ele se sente. Pare com isto! Pare de tentar rotular sentimentos, ações. Só porque é para você, não é para mim. Todos ficam criando moldes e nós nos sujeitamos a eles ao invés de apenas nos deixar moldar pelo que somos. E no fim, somos nada. Sufocamos a nós mesmo e nos matamos aos poucos ao ver que é belo e aceitável por fora; mas e por dentro?
Você acha. O máximo que você pode fazer é achar. Então não julgue minhas ações e nem diga como eu devo me sentir. Eu me sinto do jeito que eu estiver por dentro e nem sempre isto é o que eu deixo transparecer. Então cale a boca e pare de se achar o dono da razão e do mundo, porque você não é.
Você sintomiza por medo de sentir. Sentir de verdade as garras perfurando o peito enquanto um amor é arrancado, as borboletas quando o amor cresce de novo. Você não tem que se encaixar, criança. Só sinta, se deixe levar...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Intruso

Por que só você consegue me enxergar direito? Quem lhe deu direito de ver através de minhas muralhas? Por que eu acho que sem você seria mais fácil? Por que eu tenho certeza de quem sem você seria mais difícil? Por que você se importa? Por que me confunde? Por que me mata? por que não está aqui?
Isto está ficando mais complicado do que eu esperava. Aceitar verdades, nunca fui muito boa nisto. Era melhor quando tudo se tratava de construir uma ou apenas acolher a que eu estivesse mais próxima de suportar. Me entender é mais complicado do que eu pensei e eu não sei se a ajuda vai ser suficiente.
Será que isto tudo vai me ajudar, afinal? Aceitar não é mudar. Conhecer não é aceitar. Eu ainda me sinto a mesma. É tão estranho se ver tão desconhecida de si mesma. Esqueça o que eu disse, sobre olhar a obra de um ponto de vista e vê-la como algo novo por completo. Não é um novo ponto de vista, são os olhos abertos. Parece novo porque é. É tão assustador.
Eu não sei como tentar. É tão mais fácil me esconder. Funciona tão bem. Tão bem que mesmo você acredita. Não tenho mais medo de estar sendo frívola. Sem querer, descobri que a coisa é bem pior do que eu pensei. Como alguém que curando uma febre, descobre um câncer.
Ainda há tanto a ser visto, escrito, vivido, mas eu simplesmente não consigo. Estou sufocada. Eu não sei se eu consigo. Eu não acho que vá conseguir.

domingo, 19 de junho de 2011

Crescida

A vida é uma surpresa. Descobri isto ao olhar para trás. E assim eu defino bem meu espírito ao entrar nesta nova idade.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

People let you down. Oh, they screw with your head without thinking twice and make you feel like damn fucking shit. And so you wish everybody to die. But no one does. It's you who is left to die alone.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Erro gramatical

Ah, eu achei que era ponto. Realmente achei que era ponto final. E comemorei como ponto, vi como ponto, sofri como ponto, sorri como ponto. Vi os créditos subirem, as considerações editoriais aparecerem, o bônus crescendo no canto da tela. Mission Complete. Depois de 1800 páginas, um final.
E não era ponto. Não final, pelo menos. Era parágrafo num novo tom. O início de uma nova estrofe. Se antes te amava e fazia o resto enquanto, hoje faço tudo e só te amo de vez em quando.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Em três vidas inteiras

Meu coração acelera. Bate quente a despeito de sua pele fria. Cinco anos de espera, vinte segundos de abraço. Seu sorriso para sempre guardado em meus olhos que esperam por outros, outros e outros. Ai este meu amor, que cabe em três vidas inteiras... Vai embora a espera, a esperança, até mesmo o sentimento de que poderia ter sido melhor. Fica a saudade. Saudade do que eu agora conheço. Ai este meu sonho de olhos abertos... Que eu ao menos eu acorde novamente em seus braços.

sábado, 14 de maio de 2011

Rojo

As pessoas observam seu rosto seu expressão, os olhos ainda abertos e desfocados que encaram o nada, o sangue agora frio que fugiu das veias, o corpo agora vazio. Não imaginam o que havia acontecido ali. Não veem aquele homem como um pai, um filho, um amor, um irmão. Enxergam apenas a remota lembrança do que se tornou, porque o calor daquele corpo há muito fora embora carregando sua alma.
No fim, não fora uma luta entre dois homens, foram murros de ideias. Simplesmente porque não conseguimos aceitar o pensar dos outros, fomos feitos para a ditadura de nós mesmos. "Não levante a sua voz" gritamos. E no final, como julgar quem é certo? Porque esta certeza vem acompanhada de preceitos. E quais deles são neutros? Seguimos numa constante luta entre você e os outros. As vezes até você e você mesmo. Tanta coisa aqui dentro que eu não consigo colocar para fora.
No fim, foram dois homens inflamados um contra o outro. Uma guerra física em defesa do abstrato que mantinham em mente. Medo, dor, paixão, semelhantes, antagônicos e espelhados. E Vale a pena? Estou certo? O que é certo? Um amanheceu morto. Sem perspectivas, sonhos ou mesmo a ideia que o matou. Fará diferença? O que é verdade? Não há verdade. Não é pedida a aceitação, mas o entendimento; O mínimo respeito.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Fugaz

As vezes deixamos para o amanhã. As vezes planejamos, sonhamos demais. Não contamos com o ponto final de outros em nossa própria história. Não permitimos, mas ainda assim temos a intervenção. Um ponto final que talvez deixe tudo mal terminado e que quase nunca é nossa escolha. Vida é vento. É psicografia de nós mesmos como alma que, ao menor sopro, foge.

sábado, 26 de março de 2011

Verdade

Este provavelmente vai ser um dos textos mais claros que estão por aqui. Talvez você vai se identificar com a situação então, para não deixar dúvidas, eu vou dizendo logo que é para você. Porque esta sou eu deixando claro na mesa as cartas que jogo e de que lado estou. Porque eu não sirvo para ser atriz e viver de atuações. Porque tudo que eu falei eu realmente achava, eu realmente desejava. Desejava o seu melhor e o que eu ganho em troco disto? Um bote pelas costas antes de ter feito nada.
Então você passou de alguém que eu considerava para mais um na corja dos que eu evito, quase abomino. Na verdade, não sei o que me fez te abrir a exceção sem desconfiar. Por fazer parte da vida de outro alguém talvez... E eu realmente não entendo seus motivos para agressões gratuitas, mas meu alívio é minha própria indiferença naqueles tempos. Indiferença que volta a partir de agora.
E ache idiota tudo isto, ache coisa de criança. Palavras não machucam e não é agora que elas vão começar. Mas ao menos saiba que você perdeu alguém que se importa. Ou melhor, se importava.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Amargo

Eu não sei o que esperava, sei que não é isto. Tenho o que preciso, mas ainda sinto aquela falta de brilho. Sem fotos, sem milhões de coisas. Só o básico. O básico que me dá tudo o que tenho direito, no entanto ainda o básico. Eu não gosto do básico. O básico me deixa sentir o amargo de uma vida sem cor.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Tudo o que é deixado

Paixão. Paixão pelas coisas simples, inúteis; mas bonitas de se ver, de se ouvir. Paixão por coisas claras, ensolaradas, calorosas. Coisas que envolvem, movimentam, apertam, soltam. Paixão pelas coisas que fazem alguma coisa aqui dentro e nenhum sentido aqui fora. Paixão que não dá para descrever, nem explicar. Paixão que não é amor, que não é desejo, que não é carnal, que não é eros, que não é por homem, mulher ou coisa. Paixão que é vontade, saudade, curiosidade apenas. Paixão que é liberdade. Liberdade de sentir algo que não se sabe o que é, mas se agarrar a esta sensação enquanto se pode. Porque sem querer saber, se entende tudo naquele momento. Naquela pontinha de eternidade que se tem ali, no frio causado pela liberdade, pelo medo e por coragem. Sair invencível. Indecifrável, tanto quanto o sentimento que cresceu aqui.
Beleza na guerra, na terra, na juventude e no fugir dali. Viver outras vidas enquanto se dança esta música, sentindo outras almas passarem por si. Nesta alegria fomentada por medo, mas que cria paixão em mim. Entender que isto é recomeçar, tentar. Ver as dúvidas sumirem um pouco. E que ainda que não faça sentido para ninguém, faz sentido para mim. O risco de viver um sonho, ao invés de vê-lo morrer aqui. Levantar e ir.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

-E eu gosto do para sempre porque é infinito.
-O infinito não é para você.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Agridoce

Convulsão. Convulsão de cores, amores, um enjôo que começa de um frio no estômago e repentinamente expele tudo. Os risos que escapavam dos seus lábios tornaram-se menos presentes, suas mãos começam a tremer de nervoso e o que era bom vira tortura. O desejo do início substituído pela ânsia do fim. E você encara as mãos sem saber mais onde segurar, perguntando o que há com você. Vê as pessoas apontarem, rirem, gritarem e o alerta toca de novo. Para fora já.
O baque. A realidade. Tropeçar e cair as vezes. Acordar. Se sentir mal por muito tempo antes de se jogar na mentira de novo. Fraca demais para continuar, dependente demais para prosseguir. Minha droga, serotonina, adrenalina martelando em minha cabeça. Não conseguir ficar sem você está me matando por dentro. Me deixando imatura como outro dia disseram, ainda que eu discorde. Tentar e não conseguir me mata mais ainda.
Digitando e compartilhando vidas que não senti na pele, mas que criaram fantasmas no coração. Vou ficando mal assombrada. Criando, sonhando, mentindo, mentindo... Mais para mim que para todo mundo. E ainda assim sabendo enganar muito bem.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Codinome

Eu provavelmente deveria esconder o quanto tenho pensado em você estes dias. Mas não se ache importante a ponto de estar tanto assim na minha cabeça, é só que quando me distraio o pensamento voa e passa por você. Por seus lábios, seus cabelos, seu rosto e tudo que eu queria ver. Sem nenhuma palavra trocada, nenhuma ilusão criada, apenas um pensamento bonito para alegrar o dia. Para fazer pensar que por aí ainda tem coisa boa. Para dar gana de conhecer mais alguém.
Também não pense que você é o único, porque não é. Tenho sido boa em encontrar beleza e graça por aí, mesmo quando os olhos que estão rastreando não são os meus. Nem acreditei quando me vi sob sua mira. Dois glóbulos azuis me fitando tão intensamente que me fizeram corar. Arrastavam uma tempestade que me atraiu de volta... E agora me faz pensar neste detalhe e nada mais: O que você teria visto na confusão dos meus? Cedo e tarde demais.
No entanto, o que me faz sentir bem lá no fundo é perceber que, na verdade, eu não me importo. Interesse supérfluo e barato, estupidamente sazonal. Sendo num sotaque adorável, num charme, num mistério, vai e vem que eu nem sinto. Sinto tão pouco que nem gravo os nomes, vou colocando codinomes para identificar. Só não sei o codinome para o que eu estou sentindo. E não quero saber, só deixar estar.